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Utilização de Pó de Pedra Cariri em Concreto Autoadensável

 

A Pedra Cariri é um calcário laminado explorado no Brasil mais precisamente na região do Cariri Cearense. As operações de mineração e o beneficiamento deste material têm representado um segmento de grande potencial econômico para o estado do Ceará. Estima-se que o rejeito descartado no meio ambiente pelas áreas de exploração da Pedra Cariri corresponde a mais de 70%. Dessa forma, é de grande importância a inclusão desses rejeitos em um ciclo produtivo com o intuito de diminuir os impactos ambientais causados. O Resíduo de Serragem da Pedra Cariri (RSPC), resultado do processo de beneficiamento da pedra, apresenta uma elevada finura, e por isso, pode contribuir para o aumento da coesão de misturas de argamassas e concretos produzidos. O objetivo deste trabalho é a utilização do RSPC na produção de concreto autoadensável. Foram produzidas amostras, chamadas de combinações, variando percentuais em massa, da quantidade de RSPC em substituição ao agregado miúdo. As combinações possuem 15%, 20% e 25% de RSPC. As propriedades do concreto no estado fresco foram avaliadas segundo critérios das normas brasileiras, sendo realizados ensaios de espalhamento (slump-flow) e viscosidade plástica aparente t500 (sob fluxo livre), habilidade passante pelo anel J (sob fluxo livre), habilidade passante pela caixa L (sob fluxo confinado) e viscosidade plástica aparente pelo funil V (sob fluxo confinado e sob fluxo confinado t5min). Os resultados de resistência à compressão obtidos com as amostras dos concretos produzidos foram comparados com os resultados de amostras de concreto de referência sem a utilização do pó. Em todos os concretos produzidos com RSPC, as recomendações das normas brasileiras foram atendidas e os resultados das resistências à compressão das três combinações foram superiores aos valores alcançados no concreto de referência.

 

 

 


 

 

Sismicidade Brasileira: Registros Sísmicos Indicam a Configuração de um Novo Mapa

 

A NBR 15421:2006, norma brasileira que trata dos projetos de estruturas resistentes a sismos, apresenta um mapa de zoneamento que divide o Brasil em cinco zonas sísmicas. Este mapa tem como base o Global Seismic Hazard Maps. A maior parte do território brasileiro encontra-se na zona sísmica 0, situação na qual, segundo as recomendações da própria NBR 15421:2006, nenhum requisito de resistência sísmica é exigido. Um estudo comparativo da NBR 15421:2006 com normas sísmicas de outros países permitiu identificar que o mapa de zoneamento brasileiro é muito abrangente, não abordando as características específicas da sismicidade brasileira ao apresentar uma regionalização bastante simplificada. Mesmo em países de baixa a moderada sismicidade, o estudo detalhado do perigo e zoneamento sísmico é justificado pelo elevado risco sísmico gerado muitas vezes pela alta vulnerabilidade das edificações e grande exposição de pessoas. A avaliação dos registros sísmicos brasileiros nos últimos trezentos anos, especialmente a partir da década de 80 do século passado, indica uma diferente configuração do perigo sísmico no Brasil. A elaboração de um novo mapa de zoneamento sísmico brasileiro é de grande importância para divulgação e conscientização das ações relacionadas à diminuição do risco sísmico; e condição necessária e fundamental para futuras revisões da norma brasileira de estruturas resistentes a sismos.